domingo, 16 de junho de 2013

Reflexões sobre luz e cor: um breve olhar para a luminosidade na arte

Claude Monte, Impressão sol Nascente, 1873.



A luz é um importante elemento perceptivo e consequentemente um dos mais expressivos meios de comunicação visual. Iniciemos nossa conversa pela imagem acima. O que vemos?
Descritivamente, a composição corresponde a um rio com duas pequenas embarcações que navegam à luz do amanhecer. Esta pintura de Claude Monet é considerada a primeira das muitas pinturas de origem impressionista.
Mas o que esta imagem traz de instigante e inovador?
Se procurarmos ler esta composição em sua totalidade, notaremos que o pintor tem como principal preocupação, captar os efeitos da luminosidade matinal. As cores que ao amanhecer compõem a atmosfera. O reflexo desta variedade cromática no espelho luminoso da água do rio. Os barcos e as pessoas são meros borrões negros sobre a superfície do rio. Tudo é uma impressão de luz.
Para compreendermos a luz e a sua aplicação plástica devemos nos voltar para a sua condição física e seus aspectos fisiológicos e simbólicos.
De imediato devemos aceitar que tudo o que chamamos de cor é proveniente da luz (BERTELLO, 2003, p.87). A ciência Física demonstrou que a luz solar é um elemento físico branco que se propaga à velocidade de 300.000 km/seg., em linha reta, num movimento vibratório ondular.

Quando pensada a partir da situação fisiológica que a envolve, Arnheim (1998) lança mão da seguinte pergunta: “qual o grau de claridade das coisas?” (ARNHEIM, 1998, p. 295);
Sobre esta pergunta, o autor argumenta a partir das condições de receptividade dos órgãos de visão. Respondendo a sua própria pergunta, o autor se volta a um exemplo simples e esclarecedor que procuraremos mais adiante desenvolve-lo a partir de duas pinturas que remetem a este tema.

Tem sido frequentemente observado que um lenço à meia-noite parece branco como um lenço ao meio dia, embora talvez ele envie menos luz aos olhos do que um pedaço de carvão sob o sol do meio-dia. (ARNHEIM,1998, p. 295)

A respeito deste exemplo, observe as pinturas abaixo:

Hendrickje Bathing in a River
1654 (130 Kb); Oil on panel, 61.8 x 47 cm; National Gallery, London


Berthe Morisot - The Cheval Glass – 1876  


Note que na pintura de Rembrandt, “Hendrickje banhando-se no rio” (1654), por ser uma cena noturna, o branco das vestimentas de Hendrickje é menos luminoso que o branco da jovem ao espelho de Berthe Morisot (The Cheval Glass – 1876). Mas ambas as vestimentas são brancas.
 Não é o período ou o estilo de pintura o que se pretende discutir com estas imagens, mas sim, a capacidade física de corpos emanarem luminosidade. Em ambas as pinturas, as jovens vestem branco, o que muda em relação às composições é a luminosidade que envolve as personagens. Enquanto a jovem Hendrickje de Rembrandt encontra-se envolta pela pleura noturna. A jovem de Morisot é irradiada pela luminosidade do dia, fazendo com que o branco de seu vestido pareça mais vivo e luminoso que o primeiro. Essa capacidade refletiva da luz nos corpos recebe o nome de luminância.
Voltando às imagens, se observarmos as áreas de luminosidades (vestimentas), nos iludiremos achando que a claridade é uma propriedade dos objetos em questão (vestimentas). É a partir deste momento que entraremos no debate de um outro elemento que compõe a natureza plástica da luz: a iluminação.
Houve um período em que alguns artistas e pensadores acreditavam que alguns corpos (não produtores de luminosidade) tinham a sua luz própria. Na Idade Media, acreditava-se que determinados personagens bíblicos emanavam sua própria luz (representada pelas aureolas sobre suas cabeças), porém, esta idéia sobre a luminosidade dos corpos foi superada pela visão naturalista que predominou no Renascimento, período em que o homem passou a se dedicar de forma mais incisiva aos estudos da natureza.
A partir de então, a iluminação passou a ser entendida como um elemento plástico que atua como um direcionamento da luz sobre a composição como podemos ver na composição abaixo:


 
A coroação com espinhos Caravaggio, C. 1602/1604 ou 1607
 Óleo na lona × 127 165.5 cm Museu de Kunsthistorisches, Viena 

A fonte de luz utilizada por Caravaggio nesta pintura vem do centro-esquerdo superior da composição. Desenvolvendo ao mesmo tempo na pintura duas funções determinantes para o entendimento de seu tema: primeiro – promovem um movimento visual pela composição centralizando a partir da luminosidade as áreas principais para a compreensão narrativa da pintura (note que a luz inside de forma de intensa sobre as três figuras que ocupam quase que todo o plano centro-direito da composição); segundo – contribui na construção simbólica da narrativa. O simbolismo da luz, nesta pintura pode ser tomado ainda dentro de uma expressão atemporal que remetem à filosofia neoplatônica medieval. Um jogo entre o bem (luz – vinda de cima = luz celeste) e o mal (escuridão = trevas)
De acordo com Ostrower (1983), em sua aplicação plástica a luz pode ser sintetizada em um processo de contraste entre áreas claras e escuras de uma composição. Para a autora, não se deve confundir a luz aplicada à arte com o fenômeno natural da luz.

Nas pinturas renascentistas, por exemplo, a maioria das imagens mostra a claridade difusa da luz do pleno dia; mas o elemento visual que é elaborado formalmente nesses quadros é o volume. Já no impressionismo, os artistas descrevem a luminosidade atmosférica (como vimos na imagem que abre nosso texto); mas quando examinamos a estrutura do espaço impressionista, vemos que o elemento formal elaborado não é a luz e sim a cor.


Sendo assim, a luz como elemento plástico pode ser definida nos campos de contrastes entre claro e escuro. E é a intencionalidade do artista (como vimos nas imagens acima) que irá elaborar o seu arranjo na composição, aproveitando-se de certos efeitos de iluminação natural ou artificial, transformando-os em manchas claras e escuras na imagem.

Neste jogo de claro e escuro, a passagem de um tom ao outro recebe o nome de gradiente. Estes gradientes têm a capacidade de criarem profundidade. Tomemos como exemplo o trabalho de Victor Vasarely, pintor de origem húngara, considerado um dos mais importantes representantes da Op art. Foi um dos fundadores da arte cinética através de pinturas de natureza abstrato-geométricas.




Victor Vasarely,Chess Board” de 1935

Op art ou Optical art é um gênero de arte abstrata que se propagou ao longo dos anos de 1960 e se caracterizou pelo de figuras geométricas, geralmente explorando o jogo de contraste (claro/escuro),e um jogo de repetições que induzem o observador a ilusão de movimento do objeto visual.




Durante duas décadas (1929-47), Vasarely experimentou em suas pinturas efeitos de texturas e sombras em perspectivas de luz. Como podemos visualizar na imagem ao lado em que áreas de grande luminosidade contrastam com áreas escuras criando áreas de profundidade.
Eis aqui um outro elemento resultante dos estudos da luminosidade plástica: a sombra.
Em relação à natureza deste elemento, pode-se defini-las a partir de duas origens: sombras próprias e sombras projetadas.
As sombras próprias acham-se diretamente sobre os objetos, ou seja, são aquelas sombras que criam áreas de volume nos corpos das figuras. Áreas escuras no próprio corpo da imagem. Como podemos ver na imagem abaixo.




Sebastião Peixoto. Ilustração, Rei Édipo.



As sombras projetadas são lançadas de um objeto sobre o outro, ou de uma parte sobre outra parte do mesmo objeto. Explorando esta possibilidade, a dupla de artistas ingleses Tim Noble e Sue Webster, tem trabalhado em uma variedade de projetos que se utilizam do lixo e da projeção de sua respectiva sombra para comporem suas esculturas de sombras.
O trabalho surge do lixo que recolhem pelas ruas de Londres, que no estúdio da dupla é reorientado em um amontoado de objetos que ao receber a projeção de luz passam a revelar formas bem delineadas em sombras que se projetam sobre paredes.




Tim Noble e Sue Webster



Fisicamente ambos os tipos de sombras tem a mesma origem, elas ocorrem nos lugares de ambiente com pouca luminosidade.

Aplicando em sala

Visto as propriedades da luz enquanto elemento plástico propõe-se agora que cada tópico seja desenvolvido em sua particularidade, para que se possa assim possibilitar ao aluno a vivência dos problemas aplicacionais deste elemento visual.
As atividades que se seguem foram desenvolvidas e aplicadas em turmas de alunos de sétimo e nono ano do ensino fundamental. O que não impede o professor, que conhecedor de sua realidade de sala de aula, aplica-las em turmas mais avançadas.



Análise comparada de imagem

As análises de imagens são sempre bem vindas no ensino de Arte. Visto o grau de profundidade que elas permitem aos alunos em sua interação com a imagem em questão e acima de tudo com as similitudes manifestas em outras composições.


Observe a imagem abaixo, é uma natureza morta, distante em sua temática da “Coroação com espinhos” realizada por Caravaggio. Mas dê uma segunda olhada, leia a organização compositiva a partir da luminosidade. Note como Paulo Huthmacher, autor da fotografia usa o esquematismo direcional de Caravaggio.



Vamos à atividade:

1. Solicite que os alunos identifiquem as imagens, que estabeleçam diferenças visuais básicas;

2. Solicite que os alunos encontrem pontos em comum entre ambas as composições?

3. Solicite que estes realizem uma análise comparada entre a iluminação realizada por Caravaggio e a iluminação de Paulo Huthmacher.



Autor: Paulo Huthmacher


 

 

Como complemento de uma análise é sempre importante que procure contextualizar a linguagem, ou o elemento visual estudado. A análise comparativa incidiu sobre a pintura “Coroação com espinhos” do pintor do barroco italiano Caravaggio.
Sugerimos aqui que se realize uma breve pesquisa sobre Caravaggio e o período barroco na Itália (note que optamos por regionalizar o barroco, ao invés de tratá-lo como algo homogêneo).
Cobre neste trabalho os principais temas da pintura barroca. A origem da nomenclatura. As características da pintura de Caravaggio. Peça que pesquise pelo menos duas imagens de pinturas realizadas por este artista, fazendo com que os alunos, as descrevam, analisem o tema e argumente porque as escolheram.



Outras fontes: textos e contextos

Como sequência deste estudo, a leitura do texto abaixo revelará aos alunos outras possibilidades de exploração da luz no século XVII, porém, em um outro contexto com Vermeer, outro artista, que se utiliza de fontes luminosas e temáticas diferentes das de Caravaggio.


Texto 1: 7° ano ao 9° ano do Ensino Fundamental

Leia o texto abaixo. Este texto é parte de um artigo publicado na revista eletrônica Obvious. Uma revista mensal que publica texto sobre arte e tecnologia para um público amplo.
No texto abaixo, debate-se a pintura de um dos grandes mestres holandeses do século XVII, Joahannes Vermeer. O texto de forma prática conduzirá o aluno para dentro dos debates teóricos desenvolvidos.

VERMEER: o pintor que ressurgiu na luminosidade


A Kitchen Maid, c. 1658

A obra de Vermeer deu forma à luz. Sua técnica exaltava a complexidade de simples momentos cotidianos. Iluminava as horas de vidas vulgares. Iluminou do mesmo modo nossa mente, ao reconhecermos sua excepcional exatidão em contornar trivialidades cruciais da vida. Com a luz. (...)Seus quadros davam a impressão de serem fotográficos, tamanha rigorosidade da composição de luzes e sombras. Por isso é conhecido como o pintor da luz – por sua notável técnica usando a luminosidade em seus quadros – sua principal característica.
Vermeer nasceu em Delft, no século XVII, no ano de 1632, cidade com a qual teve uma forte ligação que influenciou sua obra e o caracterizou. Casou-se com a burguesa Catharina Bolenes, em 1653, no mesmo ano entrou para a guilda de pintores de São Lucas e, mais tarde, chegou a presidi-la. Trabalhava como comerciante de arte, mas não conseguia manter-se com o trabalho nem vendia suas próprias obras, deixando-o em uma situação financeira delicada. Com Bolenes teve quinze filhos, dos quais quatro morreram em tenra idade.
Pouco se conhece sobre o artista, além de especulações através de suas obras. (...)Morreu pobre e sua mulher teve que vender suas obras a troco de alguma pensão. Foi totalmente esquecido pelo mundo. Seu nome só ressurgiu em 1866, quase duzentos anos depois de sua morte, quando seus quadros começaram a chamar a atenção e a serem admirados pela perfeição de suas composições.
O artista se fez notar com seu talento no jogo de luzes e sombras, destacando algumas partes do quadro com uma luminosidade que parecia dar vida própria à obra, com notável excelência ao utilizar a luz. Era nobre ao captar paisagens da velha Delft, retratos e, principalmente, mulheres em seu cotidiano. Eram cenas simples e diretas.

Atividades de interpretação

1. Visto o que foi dito sobre a obra de Vermeer, comente sobre o principal elemento plástico trabalhado em suas pinturas.

2. Leia a imagem “A Kitchen Maid” pintada por Vermeer. Descreva-a procurando encaixar cada objeto em seu lugar visual.

3. Qual a fonte de luminosidade da pintura?

4. Indique a área de sombra intensa na composição.

5. Indique a área de maior luminosidade na composição.

6. Explique a iluminação da cena.

7. Qual o tema desta pintura?

Treinando o olhar

Para que os alunos possam vivenciar esta natureza construtiva da luminosidade em arte, promova em sala um estudo de observação e registro de imagens através do desenho de observação.
Para isso use sólidos geométricos em dois ambientes de luminosidades distintas. Toda a atividade deve ser desenvolvida dentro de um período de tempo controlado pelo professor, sugerimos a divisão do exercício em duas etapas de 20 minutos.

Organizando a sala:

1.      Solicite que os alunos formem um semicírculo na sala de aula;

2.     Disponha sobre uma mesa o sólido a ser observado;

3.     Explorando a luz que penetra na sala de aula oriente-os a registrar o objeto (sólido) e o ambiente em que este se encontra. Em seguida que procurem captar as áreas de luminosidade e sombra desta composição visual;

4.     Realizada a primeira etapa,  coloque o objeto dentro de uma caixa (de modo que o sólido continue visível aos alunos com uma pequena abertura lateral (um furo) que permita a entrada de luz.

5.     Outra vez solicite que os alunos registrem a composição visual;



Comparando os resultados:

1.      Solicite que explique em qual dos exercícios a sombra é mais intensa;

2.     Em qual dos exercícios os limites físicos da figura ficaram mais bem definidos;

3.     Quais os tipos de sombra utilizaram em cada um dos desenhos? Por quê?

4.     Quais as proximidades deste exercício com o exercício de observação de Vermeer?



Sobre a luminosidade das cores ou o gradiente luminoso

Fundamentada neste campo teórico, as atividades conceituais e processuais que atingirão o cotidiano de sala de aula, propomos que a luz seja apresentada em sua aplicabilidade plástica. Neste momento, uma abordagem temática que possibilitará em grau maior ou menor ao aluno uma penetração neste jogo de claro/escuro (OSTROWER, 1983) é o contato direto com a tinta e consequentemente com suas variedades tonais.
Essa variação de tonalidades de uma cor recebe o nome de monocromia (mono= uma; cromia = cor).
A monocromia permite ao aluno penetrar na condição gradiente da cor, suas variações em uma ilusão de profundidade e volume a partir da incidência luminosa provocada pela iluminação compositiva.

Texto 2: 7° ano ao 9° ano do Ensino Fundamental

Degradê

Leia o texto abaixo:

Unhas em degradê
Quarta-feira, 30 de novembro de 2011



Oi meninas, hoje vim dar dicas de como aproveitar esmaltes esquecidos na sua caixinha ou de coleções passadas fazendo uma combinação no estilo ombré, mais conhecidas como DEGRADÊ.
Final de semana chegando e vc não sabe qual esmalte usar?
Experimente minha dica de hoje! 
A regra para essa nova tendência é super fácil: é só fazer uma escala de cores a partir do tom mais claro para o mais escuro do esmalte nas unhas. Para isso, você vai precisar de cinco esmaltes da mesma cor, mas com tonalidades diferentes.
Vale pegar os vidrinhos da coleção passada, os mais recentes e o melhor é que não precisa ser tudo da mesma marca. Bem fácil de encontrar na sua caixinha, não é mesmo?
Nas fotos, foram feitos um degradê roxo, usando os seguintes esmaltes: 
Começando do polegar para o dedo mindinho: Obsessão (Risqué), Uva (Colorama), Audrey (Impala), Poodle (Risqué) e Zaz (Impala).
Viram como é fácil? 
Talvez a maior dificuldade seja a de escolher cores que combinem entre si.
 Na falta de uma cor que encaixe na escala, aposte no truque da misturinha para conseguir o tom desejado.
Uma dica para fazer bonito neste verão é fazer as unhas ombré brincando com tonalidades de laranja, azul, turquesa, rosa, nude.
 Invista também nos esmaltes com efeitos, com glitter e os de acabamento fosco, eles deixam as unhas ombré ainda mais bonitas e chamativas.


Você deve ter percebido que o texto se remete a uma receita para aproveitamento de esmaltes.
Qual a proposta da blogueira a sua leitora?
Você notou que ela usou uma expressão diferenciada para se remeter a sua receita certo?
Mas afinal de contas o que a expressão degradê que dizer? E o que esta expressão tem em comum com os estudos da luz na arte e a sua incidência sobre as cores dos corpos?
Degradê é uma palavra de origem francesa (dégradé) que quer dizer gradiente de cor. Gradientes são variações tonais entre uma cora mais escura e uma mais clara (podendo ocorrer dentro de uma mesma cor). Estes gradientes correspondem a uma seqüência continuas de tons, como podemos ver na imagem abaixo:


Note que estes tons vão do mais claro ao mais escuro e vise e verso e se mantem como vibração de uma mesma cor (no caso da cor exemplificada – o preto). Esta variação tonal (ou gradiente) de uma cor não se dá ao acaso. Para que ocorra é necessário que se respeitem algumas regrinhas.
Por exemplo, para que o preto se decomponha até o branco é necessário que se acrescente a ele a cor branca. Mas para conseguir a transição suave dos tons, deve-se organizar o acréscimo do branco racionalmente. Recomendamos que sempre se aplique a seguinte quantidade:
Para cada cinco gotas da cor matriz (preto), acrescenta-se em ordem crescente uma gota de branco – 5P + 1B; 5P + 2B; 5P + 3B; 5P + 4B; 5P + 5B; 5P + 6B...
Note que será o aumento gradual das gotas de branco (B) que irá clarear a cor preta (P).
Essa regra do acréscimo do branco para clareamento gradiente de cores se aplica às cores primárias (amarelo, vermelho e azul). A justificativa é simples. Por serem cores puras (ou seja, não resultam da mistura de outras cores), as cores primárias não tem em sua composição uma cor mais clara cujo o aumento lhe daria uma dimensão mais clara (ou luminosa). Isso é diferente quando falamos de cores secundárias ou terciárias, pois para estas cores, para se montar uma tabela gradiente é necessário que aplique para o clareamento o acréscimo de sua cor compositiva mais clara. Para isso é só lembrar quais cores as compõem:
VERDE= AMARELO + AZUL (para clarear aplica-se a regra ensinada acima substituindo o branco pelo amarelo)
LARANJA = AMARELO + VERMELHO (para clarear aplica-se a regra ensinada acima substituindo o branco pelo amarelo)
ROXO = AZUL + VERMELHO (para clarear aplica-se a regra ensinada acima substituindo o branco pelo vermelho)
Para escurecer estas cores é só inverter o procedimento, acrescenta-se à cor matriz a cor mais escura em sua composição. No caso das cores primárias acrescenta-se o preto.

Atividade de criação plástica

Material necessário:

  • 1 pincel chato n° 2;
  • 1 folha de papel canson A4;
  • 1caixa de tinta guache;
  • 1 régua;
  • 1toalha para limpar o pincel;
  • 1 copo plástico para depositar a água para limpeza do pincel;
  • 1 tampa de caixa de sapato para servir de paleta de mistura de cores;

Vamos criar os nossos próprios gradientes

1. Solicite aos alunos que montem no papel canson pequenas áreas quadrangulares de aproximadamente 3 x 3 cm;

2. Solicite aos alunos que escolham uma das cores presentes na caixa de guache e pinte o primeiro quadro com esta cor em estado puro;

3. Agora solicite aos alunos que iniciem o processo de decomposição das cores aplicando a regra acima (para que as medidas das gotas estejam em um padrão aproximado, oriente-os a pegarem a tinta com a outra extremidade do pincel; se seguirem a regra de 5/1 crescente no ultimo quadro terão a cor trabalhada quase branca);

Criando uma composição monocromática

Material necessário:
  • 1 pincel chato n° 2;
  • 1 pincel chato n° 4;
  • 1 lápis de desenho 2b
  • 1 folha de papel canson A4;
  • 1caixa de tinta guache;
  • 1toalha para limpar o pincel;
  • 1 copo plástico para depositar a água para limpeza do pincel;
  • 1 tampa de caixa de sapato para servir de paleta de mistura de cores;

Após o exercício de decomposição gradiente da cor proponha aos alunos que realizem uma leitura monocromática de alguma pintura. Sugerimos a pintura Pipas de Candido Portinari (1941).



A escolha desta imagem é simples. Note que a composição em si é quase que totalmente monocromática. As linhas curvas e horizontais que compõem a base da imagem criam áreas limpas que facilitam ao aluno encaixar áreas de cores puras.